Trippples é um jogo de corrida de 1972 criado por William T. Powers, em que o tabuleiro é construído com um conjunto de peças marcadas com os seus movimentos possíveis.
Segundo a descrição do jogo no website Board Game Geek:
Trippples é jogado num tabuleiro de 8×8, onde os adversários competem numa corrida de um canto ao outro. No início do jogo, numa fase de pré-movimento, são colocadas no tabuleiro peças com três setas que apontam para três dos oito espaços adjacentes. Cada jogador coloca estas peças alternadamente até que todas tenham sido jogadas. O movimento faz-se seguindo as setas e evitando a zona neutra no centro do tabuleiro. O jogo termina quando um jogador atinge o seu objetivo ou quando ambos já não conseguem fazer movimentos legais.
O principal mecanismo do jogo é que as opções de movimento não são determinadas pelas três setas da peça que está sob a tua própria peça (transparente), mas sim pelas setas da peça sob a peça do teu adversário. Assim, cada jogada é escolhida para tentar limitar a próxima jogada do adversário, ao mesmo tempo que se tenta garantir boas opções para si próprio. Isto acrescenta um elemento de bluff e de antecipação ao jogo.
As regras:
O jogo não tem a propriedade de convergir naturalmente para o final: parece ser possível andar em círculos indefinidamente, sem nunca conseguir alcançar o canto final. É por isso que as regras incluem duas condições de vitória adicionais para este tipo de situação. E para reduzir ligeiramente este problema, é preferível considerar que as peças vazias permitem movimentos livres.
Existe uma versão com informação escondida, onde todas as peças começam viradas para baixo e só são reveladas quando uma peça para sobre elas. Também é possível adicionar um elemento de sorte, baralhando as peças e colocando-as no tabuleiro de forma aleatória.
A crítica na revista Games & Puzzles nº 42:
Este jogo está patenteado sob o número US3820791. Ao pesquisar sobre este jogo, deparei-me com o blogue The Dreams of Gerontius, que tem um artigo sobre Trippples e menciona uma patente muito mais antiga, de 1894 (US519326), para um jogo com algumas semelhanças no design do tabuleiro.
Este é um jogo para dois ou quatro jogadores, com elementos de captura e pontuação.
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Há ainda outro jogo semelhante que gostaria de mencionar: Schada, de cerca de 1936 [1][2].
Neste jogo, cada jogador ocupa as suas duas primeiras filas com dezasseis peças. Trata-se de uma variante do Halma, onde as capturas são possíveis. Os movimentos são determinados pelas marcações disponíveis na casa onde a peça se encontra.
[1] Fred Horn – Schada, AGPC Quarterly 18 [2] (2016)
[2] Fred Horn, Kerry Handscomb – Schada, Abstract Games Magazine 20
— John Pedro Neto